segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Le temps détruit tout

É verdade quer se queira ou não ele destrói... Este fim-de-semana dediquei-me a ver 4 filmes e em todos eles este senhor teve um papel fundamental, falo do tempo claro. A Queda (do 3º Reich), Closer, As Horas e Irreversível. Todos eles grandes filmes, que de certeza já viram ou ouviram falar. O último que vi conseguiu bater literalmente a "melhor" e mais chocante cena de violência gratuita, que alguma vez tinha visto na 7ª arte, falo-vos do América Proibida e da célebre e brutal cena no passeio. Compreendo o porquê de muitos terem saído a pouco mais de meia hora de o filme começar, para não falar dos planos rodopiantes que põe qualquer um com a cabeça à roda, temos cenas de sexo explicito, violência física, sexo explicito, violência... violência e estes primeiros 40 minutos verdadeiramente surreais, terminam com uma das cenas de violência/ sexo mais faladas dos últimos tempos, não alando claro estás das festas de Berlusconi ;). À parte de toda esta violência tenho de tirar o chapéu para a nudez das interpretações da Mónica Bellucci, Vincent Cassel, Albert Dupontel. E é neste registo que passo para o Closer, sobre o qual pouco tenho a falar, pois acho que nada poderei dizer com receio de não lhe fazer a verdadeira vénia que lhe é merecida. Quatro personagens reais, interpretadas por quatro grandes actores, sobre os quais apenas tenho a dizer que não me importava de casar com a Natalie, vejam e revejam pois podemos assistir à evolução e transição temporal de todos estereótipos que podemos encontrar numa relação, temos o calculista, o romântico, o insatisfeito, o acomodado, etc., talvez com a excepção do possuído, que em qualquer altura podemos recordar com a Atracção Fatal, onde encontramos uma Meryl Streep pronta para qualquer desafio. Mas nem a idade lhe pesa, em As Horas deparamo-nos com outro elenco de luxo citando apenas 4 Meryl Streep, Nicole Kidman, Ed Harris e Juliane Moore, com uma realização excelente no que diz respeito ao encadeamento das histórias das diferentes personagens, é mais uma história onde o tempo têm um papel fulcral, onde ele, tal como em Closer, destrói e ajuda a construir relações, aqui demonstra-nos como o tempo passa por nós e como usamos essa passagem para nos negarmos de viver a nossa vida ou como por vezes é de tal forma lento que se torna impossível compactuar com a anulação daqueles que nos rodeiam, para que possamos sobreviver um pouco mais. E foi com a ajuda preciosa de sobreviventes que chegamos ao último filme (embora tenha sido o primeiro a ser visto) A Queda, relata um dos acontecimentos mais marcantes dos últimos 100 anos, a morte de Hitler, embora haja quem o tenha vista na América do Sul, que levou à queda do 3ºReich e consequente capitulação das forças Alemãs. O lado humano do 3º Reich, penso que tenha de ser visto assim, os últimos dias de um Homem em decadência, guiado por momentos de "loucura" e acompanhado por fiéis generais e serventes que acima de tudo o admiravam, não faltado claro os habituais lambe-botas, dignos de qualquer governo ou força no poder. É interessante ver de tal forma retratado aquele que foi o terror das gerações passadas, débil e frágil. Aconselho que vejam se ainda não viram, porque para além do excelente desempenho de muitos actores desconhecidos para grande parte é de uma grandeza humana indescritível. O filme claro... ;)





3 comentários:

Mariana disse...

meryl streep na atracção fatal?

André Paiva disse...

Yaaa não sabias que ela também actua como Glenn Close. FRANCAMENTE ;)

Coccinella disse...

No Irreversível houve gente a sair do cinema para ir vomitar. A violação faz tanta impressão que a própria Monica Belucci atrofiou quando viu. As Horas? Amei...